Ladrões de bicicletas



Ladrões de bicicletas
Vittorio de Sica
Itália, 1948

Fazia tempo que queria estudar o cinema italiano do pós-guerra. Minhas aspirações por entender o cinema latino-americano dos anos 60 sempre me remetiam a necessidade de assistir o cinema neorrealista italiano, citado inúmeras vezes por Glauber Rocha e Raymundo Gleyzer, as duas principais referencias do Cinema Novo brasileiro e argentino, como importante influencia em seus filmes. Assistir Ladrões de Bicicleta me fez entender o porquê.

Retratando uma Itália marcada pelo fascismo e pela derrota na segunda grande guerra, um operário desempregado vive a angústia de seu novo emprego escapar pelas mãos ao roubarem sua bicicleta no primeiro dia de trabalho. Começa então uma longa busca pelas ruas de Roma para manter o seu emprego. Ao passo que a procura acontece, o filme nos mostra a realidade social, econômica e cultural de uma Itália dos anos 1940. Contra um cinema hollywoodiano, vários cineastas procuraram produzir um cinema alternativo na Itália, em que as camadas populares se tornavam protagonistas. Foi um projeto estético, mas também político.

Ladrões de bicicleta é um clássico e uma referencia para todo cinéfilo.

----------------------------------------------------------------------------

"Enquanto Roberto Rossellini é o grande mestre do neorrealismo italiano que surgiu em 1945, Vittorio De Sica é o pai de Ladrões de bicicletas, que se tornou um marco do movimento e, mesmo após tanto tempo, comove os mais diversos públicos. Uma das razões do sucesso está na mistura de neorrealismo com melodrama, em que a força dos atores ganha relevo na história e a trilha sonora conduz as emoções"
(Especial Bravo, "100 filmes essenciais da história do cinema", 3a edição)

2 comentários:

Cout disse...

Já assiste esse filme, é realmente muito bom, talvez seja um dos em preto e branco que eu mais gosto.

Professor R.Leon disse...

Muito bom.