Estudantes, às ruas!

Na manhã de hoje, estudantes das escolas de ensino médio de Campinas saíram as ruas para protestarem contra o abusivo aumento da passagem de ônibus (2,85). Como bem sabem, o transporte coletivo da cidade é caótico: todos os dias somos obrigados a nos espremer em ônibus desumanamente lotados; não podemos confiar nos horários das linhas, pois os ônibus estão sempre atrasados; gasta-se cerca de duas a três horas para atravessar de uma ponta a outra da cidade; etc.

De quem é a culpa disso tudo? Dos motoristas e dos cobradores de ônibus? Claro que não. Estes, infelizmente, trabalham mais de dez horas por dia (em seus turnos de oito horas mais horas extras que são obrigados a cumprir por livre e espontânea pressão), no calor infernal da cidade, ganhando uma miséria. Caso você duvide disso, sugiro aproveitar a próxima vez que passar pela catraca para perguntar ao cobrador sobre as suas condições de trabalho.

Os culpados são as empresas privadas que controlam o transporte coletivo, e como toda empresa capitalista, para aumentar seus lucros ao máximo, racionalizam também ao máximo as linhas de ônibus. Desta forma, os passageiros são apenas números nas pranchetas de engenheiros de trânsito e administradores que nunca usaram o transporte coletivo para se locomoverem. A culpa é também do Dr. Hélio, Prefeito da cidade, que opta por manter este sistema de transporte coletivo privado (dizem as más línguas que ele e seus aliados receberam das empresas de transporte de Campinas gordas ajudas as suas campanhas eleitorais).

A luta destes estudantes é legítima e deve se estender para todas as camadas da população trabalhadora. Devemos sim lutar para reduzir a passagem; mas devemos também lutar por um controle social dos serviços essenciais da população: transporte, saúde, educação, etc. Pode ser que não consigamos reduzir, neste momento, o valor da passagem. E com certeza teremos que ampliar e muito nossa mobilização para conquistar a estatização do transporte coletivo. Mas uma coisa estes estudantes estão conquistando: a organização política e a tomada das ruas enquanto forma legítima de manifestação popular.

Todo apoio e força à luta estudantil!

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