quarta-feira, 8 de setembro de 2010 | Postado por Festi às 15:19 0 comentários
Marcadores: Política
quarta-feira, 8 de setembro de 2010 | Postado por Festi às 15:19 0 comentários
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segunda-feira, 5 de abril de 2010 | Postado por Festi às 20:34 1 comentários
Marcadores: Ensino, Sociologia
Muitos alunos e professores me solicitam referências de livros didáticos de Sociologia para aprofundarem os seus estudos ou seriem de auxiliar em suas aulas. Infelizmente, por ser uma disciplina na grade curricular, há poucos livros didáticos bons para serem adotados em sala de aula.
Num outro artigo analisarei os livros didáticos, pois os considero muito parecidos, além de deixarem de fora questões que considero centrais, como é o caso do debate sobre a questão negra no Brasil. Logo abaixo faço apenas alguns comentários.
Eu recomendo, para aqueles que podem comprar, o livro do Prof. Nelson Tomazi "Sociologia para o Ensino Médio" da editora Saraiva e o recente livro que saiu pela Fundação Getúlio Vargas e Editora do Brasil "Tempos modernos, tempos de sociologia" de Helena Bomeny e Bianca Freire-Medeiros. O primeiro foi o que melhor desenvolver os conteúdos programáticos sugeridos nos Parâmetros Curriculares Nacionais. Nele não encontramos nenhuma problema conceitual, apesar do autor em alguns momentos cair numa linguagem acadêmica, distante do mundo dos nossos alunos. As propostas de atividade são boas e criativas. Já o segundo livro acaba cometendo um erro fundamental em sua proposta geral: o divide entre uma "sociologia geral" e uma "sociologia do Brasil". Isso ocorre porque os autores não conseguem dar conta de trabalhar todos os conteúdos fundamentais da Sociologia em torno do filme "Tempos Modernos" de Charles Chaplin. Apenas os "conceitos" gerais são trabalhados em torno do filme. Isso seria óbvio: como encaixar neste filme o conflito de Canudos, fundamental para compreender o Brasil, e por fora de qualquer conceito de modernidade formulado pelos clássicos?
Postado por Festi às 18:16 1 comentários
Marcadores: Educação, Ensino, Sociologia
Para quem quiser ler notícias de um grupo de brasileiros, pesquisadores da
Unicamp, que estão no Haiti, entrem em: http://lacitadelle.wordpress.com/
quarta-feira, 13 de janeiro de 2010 | Postado por Festi às 23:59 0 comentários
Sem nada pra fazer no segundo dia de 2010 fui assistir a estréia do filme “Lula, o filho do Brasil” de Fábio Barreto. Uma porcaria! Esteticamente fraco, o diretor perde uma grande oportunidade de propor uma reflexão sobre o Brasil de Lula. O caminho escolhido para a narrativa não é tão ruim, – e nisso confesso que o diretor me surpreendeu, pois esperava uma história concentrada nas greves dos anos 1970 e na constituição do mito “Lula” - pois, ao reconstituir a vida de Luis Inácio da Silva, do seu nascimento no interior nordestino ao líder sindical das greves do ABC paulista, o filme mostrou parcialmente o percurso traçado por tantas vidas serverinas deste país enorme nas extensões e nas contradições. Muitas são as imagens: o moderno que caminha e cresce diante das mazelas do arcaico; o tempo vagaroso do rural sendo substituído pelas engrenagens e o concreto da cidade. Um país que soube dialeticamente se industrializar e crescer sem romper radicalmente com as estruturas mais reacionárias do seu passado colonial. Se o personagem principal fosse o Brasil o filme teria sido muito mais interessante.
O diretor poderia ter problematizando estas questões em seu filme, transformando a figura de Lula, em mero ponto de partida para uma reflexão mais profunda, com uma estética que nos remetesse aos projetos de Glauber Rocha. Mas Barreto preferiu a estética global, o senso-comum e o cinema comercial. Em ultima instância, seu filme não deixa de ser uma forma de reafirmar mais uma vez o “mito” Lula, algo que muitos outros diretores e autores já fizeram no passado com muito mais sofisticação.
Ao chegar ao cinema, fui surpreendido por algumas coisas. A primeira delas foi o próprio público. Tentei chegar bem cedo, pois minha lógica é que as entradas logo se esgotariam. Pensei: se o Lula tem a incrível marca de 83% de aprovação é óbvio que um filme sobre ele será uma grande sensação. A fila estava realmente enorme, porém as pessoas ali estavam preocupadas em assistir “Avatar”, a nova sensação de efeitos especiais de James Cameron – uma produção que chegou a marca dos 500 milhões de dólares. A minha surpresa deveu-se a um erro de análise do público e do local.
A segunda surpresa veio quando entrei na sala: quase não havia jovens. A absoluta maioria do público era de pessoas acima dos 40 anos de idade. Poderíamos pensar que novamente o “Avatar” explicaria - pois os velhos não se interessam por histórias de ET’s azuis? O fato é que tinha poucos jovens. Neste caso, há que esperar e ver como serão as próximas sessões, mas em minha opinião a questão é que as novas gerações não se interessam pela história de Lula, pois quando adquiriram alguma consciência política era Lula e o PT quem governava o país com sua política conservadora, distante de qualquer prática e programa de esquerda. Esta é a primeira geração que não apostou, em nenhum momento de sua vida, em Lula ou no PT como projeto de esquerda para o Brasil. Por quê então se interessar pela história do presidente Lula?
O meu ultimo grande erro, talvez o maior deles, foi achar que ali naquele espaço estariam uma fração dos 83% que apóiam o presidente. Sua aprovação, apesar de alta mesmo na pequena burguesia, é qualitativamente diferente do apoio que recebe dos milhões de explorados e famintos, homens em mulheres de vida sofrida, que não tem dinheiro para poder pagar a entrada do cinema (nem mesmo possuem um cinema em suas cidades). Estes, desgraçadamente, assistirão ao filme quando ele chegar aos camelôs ou for exibido pela Globo. E se emocionarão com a história do jovem pernambucano que vira sindicalista, assim como se emocionaram com o filme sobre os filhos de Francisco que viram astros do sertanejo.
Enquanto o mito de Lula continua a ser reproduzido, os filhos do Brasil continuam a sofrer com as enchentes, a exploração, as demissões, a precarização do trabalho, a miséria, a seca... O Brasil dos contrastes continua seguindo seu percurso para a ilusão do país potência. Precisamos de um novo filme que conte a história dos milhões de filhos do Brasil sem os mitos sindicalistas, populistas, messiânicos... Uma nova geração que, sonhadora da revolução, coloque abaixo todos os mitos! Eu escolho estar com estes!
sábado, 9 de janeiro de 2010 | Postado por Festi às 23:59 4 comentários
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