No post anterior publiquei um artigo da revista Carta Capital sobre o Centro Paula Souza. Neste quero enumerar algumas questões importantes que não foram abordadas pelo jornalista Rodrigo Martins. Para isso, reproduzo literalmente o "comentário" que fiz ao final do artigo no site da Carta Capital:
Olá, sou professor de duas ETECs de Campinas e também gostaria de fazer coro com os colegas sobre a importância deste artigo. Depois de tantos anos de propaganda mentirosa por parte do PSDB sobre o Centro Paula Souza, seu instrumento eleitoral, finalmente uma matéria que apontasse para uma discussão séria. Mas, após os elogios, seguirei o caminho de Miranda, pontuando alguns limites desta matéria (pois assim acredito que aprofundaremos na reflexão):
1. Tenho total acordo com a crítica de Miranda. O Centro Paula Souza não é composto apenas de professores, mas também de funcionários tecnico-administrativo. Diria mais, também é composto de funcionários terceirizados, que realizam em cada unidade de trabalho a manutenção, a limpeza, a segurança, etc tão necessária para o funcionamento desta instituição. E a terceirização segue sendo um grande problema para qualquer categoria, pois além de precarizar o trabalho (dando um salario infinitamente menor que o de um funcionário efetivo que realiza a mesma tarefa), nos divide entre efetivos (ou indeterminados) e terceirizados.
2. O artigo não leva em consideração que o Centro Paula Souza é uma autarquia do estado de SP que funciona de forma completamente antidemocrática. Seus cargos de direção são ocupados sem que haja critério algum na sua seleção (apenas o apadrinhamento), muito menos eleição. Discute-se tanto a meritocracia, a avaliação dos professores e funcionário, mas pergunto: quem avalia a superintendente Laura Laganá (que não teve coragem de responder as perguntas desta reportagem)? Os professores e funcionários passaram num concurso público, concorrido, para ocuparem o cargo que ocupam hoje. E aqueles que estão hoje na Superintendencia foram aprovados em que processo?
3. o artigo também não associou dois fatos que ocorreram simultaneamente. Nestes ultimos anos não recebemos nenhum aumento salarial. E também neste período o Centro teve a sua maior ampliação de vagas e de unidades da história (com várias unidades fictícias – as extensões). Conclusão: a ampliação do Centro ocorreu sob a base do arrocho salarial dos professores! Objetivo: garantir a manutenção do PSDB no poder do estado de SP.
Por enquanto, acho que estes são os pontos fundamentais que faltaram no artigo. Mas, como eu disse, ele tem o seu mérito por ter sido o primeiro a questionar a “inquestionável” política do governo de SP para as escolas e faculdades técnicas. Valeu pelo artigo!
Nos próximos dias seguirei postando artigos e comentários sobre o Centro Paula Souza, pois estamos em momento de reflexão e de luta. Em várias unidades já aprovamos greve por tempo indeterminado a partir do dia 13/05.