Foto extraídas do site da EPTV Campinas |
Desumanas condições na moradia das obras do Santander
A crise capitalista vai ao Cinema!
"Margin Call - O dia antes do fim" é uma ficção sobre a quebra do Lehman Brothers. Um retrato do cinismo e da hipocrisia dos altos executivos do mundo financeiro de Wall Street, um dia antes de explodir a maior crise capitalista que devastou o mundo desde 1929. Soma-se aos documentários Inside Job (trabalho interno) de Charles Ferguson e Capitalismo uma história de amor de Michael Moore, enquanto retrato crítico do mundo econômico. Que a crise seja paga pelos capitalistas!
sábado, 10 de dezembro de 2011 | Postado por Festi às 21:14 0 comentários
Marcadores: Arte
A Democracia Corinthiana e a transição "democrática".
Postado por Festi às 12:20 0 comentários
Marcadores: Arte, Política, Sociologia
Surge movimento pró-Sociedade Brasileira de Ensino de Sociologia
Manifesto pró-criação da Sociedade Brasileira de Ensino de Ciências Sociais-Sociologia – SBECS-Soc
Com as crescentes demandas relacionadas com o ensino das Ciências Sociais em geral e da Sociologia no Ensino Médio, resolvemos propor a criação da Sociedade Brasileira de Ensino de Ciências Sociais-Sociologia - SBECS-Soc - (nome e sigla provisórios).
O propósito da SBECS-Soc é agregar professores da educação básica aqueles das universidades que estejam interessados ou preocupados com o ensino das ciências sociais/sociologia, em todos os níveis educacionais. Além de criar canais de comunicação entre estes professores propõe-se realizar uma ponte entre ensino básico e a universidade.
Parte-se da ideia que não há nenhuma organização brasileira que trate especificamente desta questão e ao mesmo tempo integre todos os professores de todos os níveis educacionais da área. Por isso, a SBECS-Soc visa a integrar como seus associados professores do ensino básico, dos cursos de graduação e pós-graduação em ciências sociais e afins, e também em caráter temporário, até que se tornem professores, os graduandos e pós-graduandos nestas áreas.
Para isso propõe-se montar uma estrutura administrativa pequena e ágil no nível nacional e criar Unidades Regionais, que tenham maior presença na vida dos professores e possam atuar mais diretamente em relação às questões que surgirem. Em muitos Estados será possível criar mais de uma Unidade Regional, devido ao número de universidades e escolas do ensino médio e mesmo levando em conta a diversidade regional e a questão espacial. A ideia é que sejam autônomas, que possam atuar com muita independência, não subordinadas a um controle nacional.
Como atividades iniciais, em termos nacionais, propõem-se:
- Manter um site (ou portal) onde todos possam se referenciar ir e postar suas questões, discutir, consultar materiais de apoio, etc.
- Criar uma revista (eletrônica) para tornar públicas as produções relacionadas com o ensino das ciências sociais e sociologia.
- Propiciar apoio logístico de órgãos estaduais e federais para a realização de eventos e outros encaminhamentos que dependam financiamento.
- Manter relação com a demais Sociedades/Associações científicas (SBS-ABCP-ABAS) e outras de Ensino (Filosofia, Geografia, História, etc. ), bem como com os Sindicatos em nível local, regional ou nacional, mantendo uma atuação complementar a estas organizações.
Com estas ideias iniciais propomos a criação da Sociedade Brasileira de Ensino de CS-Sociologia e os que desejarem associar-se a esta organização que está se constituindo podem faze-lo integrando-se no grupo: sociedade-brasileira-de-ensino-de-cs-sociologia@googlegroups.com. Posteriormente, quando for criada juridicamente a SBECS-Soc, todos os que agora aderirem serão considerados associados fundadores.
Nome – Cidade/Estado
Flávio Sarandy – Rio de Janeiro/RJ
Luiz Fernandes – Rio de Janeiro/RJ
Rodrigo Rosistolato – Rio de Janeiro/RJ
André Videira de Figueiredo – Rio de Janeiro/RJ
Ana Laudelina F. Gomes – Natal/RN
José Organista – São Gonçalo/RJ
Nelson D. Tomazi – Londrina/PR
Amaury Cesar Moraes – São Paulo/SP
Gustavo B. Alves – Toledo/PR
Osmir Dombrowski – Toledo/PR
Silvio A. Colognese – Toledo/PR
Miguel Caripuna – Abaetetuba/PA
Adélia Miglievich – Vitória/ES
Tania Elias Magno da Silva – Aracaju/SE
Simone Meucci – Curitiba/PR
Alexandro Trindade – Curitiba/PR
Luiza Helena Pereira – Porto Alegre/RS
Ricardo Cesar R. da Costa – São Gonçalo/RJ
Zuleika Bueno – Maringá/PR
Andréa Barbosa Osório – Rio de Janeiro/RJ
Daniela Alves – Viçosa/MG
Afrânio Oliveira – Rio de Janeiro/RJ
Naylane Mendonça – Rio de Janeiro/RJ
Geovana Tabachi – Campos dos Goytacazes/RJ
George Coutinho – Campos dos Goytacazes/RJ
Para assinar esse manifesto, clique aqui.
Para fazer parte do e-grupo, clique aqui.
quinta-feira, 8 de dezembro de 2011 | Postado por Festi às 12:07 0 comentários
Marcadores: Ensino, Sociologia
"Sustentabilidade" e destruição ambiental no Brasil de Lula
"Sustentabilidade" e destruição ambiental no Brasil de Lula
Por Francisco Pontes |
Fonte: http://ler-qi.org/spip.php?article2177
O governo Lula tem buscado conquistar projeção internacional com o biodiesel enquanto um modelo de “sustentabilidade” frente à atual crise ecológica que atravessamos no mundo. O presente artigo procura discutir as contradições e mitos sobre o Brasil verde de Lula, marcado pelo desmatamento, os monopólios e a escravidão.
Desde o fracassado encontro de Copenhague(ver abaixo) no final do ano passado, e logo após as chuvas que atingiram Angra e São Luís do Paraitinga, a crise ambiental tem se tornado um tema recorrente nos noticiários, filmes e conversas cotidianas nesse início de ano. E não poderia ser diferente: as enchentes que causaram a morte de centenas de pessoas e o desabrigo de milhares nas periferias de todo o país nos últimos anos (até hoje são inúmeras as famílias pobres que permanecem sem moradias em Santa Catarina e Maranhão pelas enchentes do verão de 2008 e 2009), o terremoto que devastou o Haiti, as secas anuais e o aumento sentido da temperatura são apenas alguns fatos que nos levam a questionar quais são as origens, motivos e responsáveis por trás do evidente desequilíbrio ecológico.
O Brasil verde?
A busca de Lula (e sua candidata Dilma, mas também, com diferentes matizes, Serra e Marina), foi mostrar ao mundo durante a COP-15 a “sustentabilidade” do capitalismo brasileiro como um exemplo a ser seguido pelos países de todo o mundo.
Para além da retórica nos encontros da ONU e de ações muito tímidas que o governo realça em contraposição ao governo FHC, a postura que Lula vem tendo em seus 8 anos de mandato é de completa submissão à burguesia nacional e aos monopólios internacionais, que dia-a-dia seqüestram nossas riquezas naturais e as vidas de nossos trabalhadores, com a passividade e até em alguns casos a conivência e incentivo do governo. Os alicerces que sustentam o Brasil verde de Lula e do biodiesel são o desmatamento, os monopólios e a escravidão. Analisemos alguns fatos.
Quem nos representou em Copenhague?
Se Copenhague de nada serviu para a superação da crise ambiental, ele foi um importante palanque eleitoral e um grande balcão de negócios para a numerosa delegação da elite brasileira. Entre os que foram para Dinamarca junto com Lula, Dilma, Serra e Marina, estavam presentes: Aprosoja; Associação Brasileira de Celulose e Papel (Bracelpa) Bovespa, Bradesco, Braskem; Câmara Internacional de Comércio; Camargo Corrêa; Confederação Nacional da Agricultura (CNA); Coca-Cola; Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp); Fiat; Fundação Roberto Marinho; Natura; Petrobras; Santander; Sindicato da Indústria do Açúcar e do Álcool (Sindaçúcar); União da Indústria de Cana-de-açúcar (Única); Vale do Rio Doce; Votorantim. Nada menos que 700 pessoas na numerosa delegação brasileira.[2]
Amazônia e Marina
Vejamos alguns dados, começando pela principal floresta do planeta. Somente no último ano, segundo Carlos Minc, ministro do Meio Ambiente, foram desmatados 7 mil kms quadrados somente na Amazônia.[3] Desde 2004 até 2008, são mais de 60 mil kms de desmatamento. Isso equivale ao estado do Rio de Janeiro e mais 11 cidades do tamanho da cidade de São Paulo de destruição. Além de já ser devastada ilegalmente pelas grandes madereiras ao longo de décadas, agora nossa floresta poderá ser “alugada por 30 anos” a ONGs e empresas: serão nada menos que 67,4 milhões de hectares destinados aos interesses privados sob o verniz do ambientalismo de mercado. Tal projeto, chamado Projeto de Gestão de Florestas Públicas para a Produção Sustentável, é obra de Lula em parceria com Marina Silva, na época ainda sua Ministra do Meio Ambiente.[4]
Durante o ministério de Marina, ocorreu a aprovação da transposição do rio São Francisco e a liberação dos transgênicos, favorecendo os monopólios. Longe de ser um contraponto aos projetos políticos hegemônicos do PT e PSDB, Marina e o PV são na verdade uma versão mais ecológica do projeto que governa nossos recursos naturais aos grandes empresários. Não à toa, um dos principais apoiadores de Marina e também filiado ao PV é Guilherme Leal, presidente da Natura, empresa que por trás de seu marketing ambiental se apropria de nossas riquezas da Amazônia e explora milhares de trabalhadores. As recentes notícias de seus dirigentes envolvidos com a exploração do trabalho escravo no Maranhão [5] e a aliança do PV de Gabeira no RJ com o PSDB e o DEM dos latifundiários e ruralistas só demonstram como a candidatura de Marina é completamente incapaz de resolver as contradições sócio-ambientais de nosso país e estar a serviço dos interesses dos trabalhadores e do povo. É à essa candidatura que passa longe de ser socialista, e até mesmo progressista, que Heloísa Helena, presidente do PSOL, dará seu apoio aberto ou velado.
Lula salva os desmatadores
No fim de dezembro, enquanto Lula discursava em Copenhague, era implementado no Brasil o programa “Mais ambiente”, concessão de Lula aos grandes ruralistas. Além de adiar para 2012 lei que punirá desmatadores, concedeu anistia aos criminosos que totalizarão 10 bilhões de reais (valor equivalente ao gasto anual do bolsa-família). Enquanto o governo criminaliza as lutas legítimas pelo direito à terra e em defesa da biodiversidade por parte dos camponeses, indígenas, ribeirinhos e quilombolas, deixa impune os desmatadores. São estes os grandes responsáveis para que o Brasil tenha um dos maiores índices de poluição do planeta, alcançando 10 toneladas de CO2 per capita, o triplo da média mundial. O desmatamento responde por 42% dessas emissões. [6]
Energia: grandes impactos, grandes lucros
Nos últimos dias, o IBAMA anunciou a liberação de uma licença ambiental para a construção de mais uma hidroelétrica, a Usina Belo Monte, no rio Xingu, a terceira maior do planeta em tamanho. O projeto de Belo Monte, que foi desde 89 combatido em protesto dos Povos Indígenas do Xingu, inundará uma gigantesca área de 516 kms quadrados, atingindo florestas e três cidades, causando um imenso impacto no rio Xingu, em nossa flora, fauna e nas condições de vida de milhares de famílias [7]. Uma obra faraônica, que a exemplo da transposição do Rio São Francisco, longe de gerar melhores condições de vida para a população pobre do norte e nordeste, mostra que o PAC(Programa de Aceleração do Crescimento) de Lula tem servido para atender aos interesses dos grandes empresários, nesse caso os grupos Odebrecht e Camargo e Correa, envolvidos na construção da hidroelétrica, e Vale e Alcoa, que utilizarão a energia em suas mineradoras. Como sempre, será a engenharia do lucro a única que prevalecerá também em Belo Monte: além de todo o impacto causado, com escavações equivalentes às do Canal do Panamá, o rio Xingu tem conhecida estiagem durante períodos importantes, podendo a Usina ter uma produção muito baixa ou mesmo não produzir energia durante alguns meses.
Assim como em Belo Monte, outra operação escandalosa se desenvolveu no campo da produção de energia com a ajuda do governo federal: o empréstimo de 1 bilhão de reais do BNDES(Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) ao empresário Eike Batista para construir uma termoelétrica a carvão (uma das formas mais poluentes de produção de energia) no estado do Maranhão.[8]
Cientistas brasileiros apontam que hoje, com uma política de planificação de energia e manutenção de nossas hidroelétricas (repotencializando os geradores e melhorando a eficiência de nossas redes de transmissão, que perdem 15% de toda a energia produzida), teríamos, sem nenhum impacto ambiental e com muito menos custos, energia suficiente para todo o país, não necessitando a construção de nenhuma nova usina[9].
Agronegócio, monopólios e trabalho escravo
O agronegócio, um dos pilares fundamentais da economia brasileira, tem sido um dos setores mais favorecidos pelo governo, sejam os latifundiários e coronéis brasileiros ou os grandes monopólios internacionais.
Se em perspectiva os biocombustíveis são apontados como aqueles que podem resolver a crise energética do petróleo, a sua produção limitada pela ânsia do lucro está longe de ser “limpa” e “renovável”. Áreas imensas no Centro-Oeste e na Amazônia são devastadas com o avanço da soja, e o quadro não é distinto com a monocultura da cana e seu deserto verde. O empobrecimento dos solos, a perda de nosso banco genético com os transgênicos que botam em risco nossa produção alimentar, a contaminação das águas e as doenças respiratórias que as queimadas trazem nos mostram que a única sustentabilidade nesse cultivo é a do capital.
Capital esse que é, e tem se tornado cada dia mais dos principais monopólios imperialistas, que tem visto nos agrocombustíveis um grande nicho. É com isenções de impostos e muitas vezes até com empréstimos do BNDES que grupos imperialistas como Monsanto, Syngenta, Dupont, Dow, Basf e Bayer hegemonizam o mercado com as sementes transgênicas para serem usadas por Bunge, Cargil, Noble Group, ADM e Dreyfus, alguns dos principais conglomerados mundiais que tem adquirido áreas enormes e diversas usinas menores, conquistando terreno importante no disputado mercado dos agrocombustíveis. [10]
Tal produtividade, que chama a atenção de tantos investidores estrangeiros (até o banqueiro George Soros comprou uma Usina em Monte Alegre – MG), só é possível pois se assenta em condições de super-exploração de trabalho que beiram a escravidão. Desde a década de 80, estudos apontam que enquanto duplicou-se a produtividade do trabalhador rural, cortando por dia até 15 toneladas, os salários diminuíram quase pela metade variando em média de 380 a 470 reais.[11] Com condições absurdas, a expectativa de vida de trabalho no corte é de apenas 12 anos. Somente em SP morreram 21 cortadores, em acidentes de trabalho, nos último anos. Em 2007, foram 3131 trabalhadores libertados da escravidão pelo Ministério Público nas Usinas. [12] É esse o agronegócio, que Serra em SP e Lula no Brasil tanto incentivam e sob o qual se apoiarão nas próximas eleições. Um quadro absurdo que a cientista Maria Cristina Gonzaga do Fundacentro define precisamente ao dizer que “ o açúcar e o álcool no Brasil estão banhados de sangue, suor e morte.”
A crise ambiental necessita ser superada
Procuramos, ao longo do texto, tentar descrever com alguns fatos as contradições ambientais que marcam a realidade brasileira, que longe de caminhar para a superação de uma histórica destruição do meio ambiente, que vem desde séculos atrás ocorrendo pelos países imperialistas e posteriormente também pela burguesia nacional, é mantida em ritmo constante sob a gerência de Lula. O capitalismo torna evidente a cada dia que não pode conter a destruição anárquica dos recursos naturais, e que a busca pela rentabilidade vem acima de tudo, seja da biodiversidade de nosso planeta ou da vida de milhões, demonstrando a cada momento novas cenas de uma tragédia anunciada.
Somente a luta pela superação dessa sociedade, a construção da transição socialista encabeçada pelos trabalhadores, poderá por fim as catástrofes e absurdos que marcam nossa história contemporânea por todo o planeta. Será apenas com a superação da propriedade privada, expropriando os monopólios e reorganizando nossa produção e cidades sob o equilíbrio racional entre as necessidades humanas e a conservação da natureza, que poderemos recuperar nossas florestas e garantir vida digna a todos explorados e oprimidos.
SOBRE COPENHAGUE: Reunidos durante 12 dias na Dinamarca, em conferência conhecida como COP-15, governantes de 119 países estiveram longe de chegar a qualquer tipo de acordo que de fato pudesse conter o avanço da destruição anárquica dos recursos naturais e o aquecimento global que o modo de produção capitalista tem gerado e intensificado a cada ano.Sem nenhuma resolução com valor jurídico, o que tivemos foi uma carta genérica propondo reduções não obrigatórias e a criação de um fundo de combate ao aquecimento no valor de 30 bilhões de reais até 2012 e que esse valor se estenda a 100 bilhões até 2020. O documento é um retrocesso em relação ao já tímido e insuficiente Protocolo de Kioto, cujo prazo expira em 2012. Segundo estimativas, seria necessário 1,737 trilhão de reais até 2020(17 vezes mais do que o “possível” fundo ainda não concretizado) para se alcançar os objetivos de médio prazo na luta contra o aquecimento global. Isso é 12 vezes menos do que foi gasto para o salvamento dos bancos e do valor financeiro dos capitais privados e 2/3 dos gastos militares mundiais somente de 2008(2,6 trilhões de reais).[1]
REFERÊNCIAS
1) Riccardo Petrella,” Os Obstáculos no caminho de Copenhague”, LeMonde Brasil. n.29, Dezembro,
2) http://www.mst.org.br/node/8728
3) Carlos Minc e Suzana Kahn, Compartilhar as responsabilidades,LeMonde Brasil. n.29, Dezembro
4) Eleonora Gossman, “Lula traspasa a manos privadas gran parte del Amazonas”, Clarín, 26/06/09.
5)” A Superintendência Regional do Trabalho e Emprego do Maranhão (SRTE/MA) encontrou 24 pessoas - incluindo um jovem de 17 anos - em condições análogas à escravidão na Fazenda São Raimundo/São José, pertencente ao prefeito de Codó (MA) José Rolim Filho (PV), conhecido como Zito Rolim.” http://www.mst.org.br/node/8883
6) Silvio Caccia Bava, Ambiguidades e contradições, LeMonde Brasil , n.29, Dezembro.
7) Naiana Oscar, “ONGs vão tentar deter Belo Monte na Justiça”, O Estado de São Paulo, 14/02/2010
8) Ramona Ordoñez e Eliane Oliveira, Agencia O Globo - 10/12/2009
9)Entrevista com Washington Novaes, O Estado de São Paulo, 14/02/2010
10) Maria Aparecida Moraes Silva, Produção de alimentos e agrocombustíveis no contexto da nova divisão mundial do trabalho, Revista Pegada – vol. 9 n.1 80 Outubro/2008.
11) Maria Cristina Fernandes, “O piso salarial do etanol”, Valor Econômico, 09/03/2007
12) http://www1.folha.uol.com.br/folha/brasil/ult96u392412.shtml
Postado por Ricardo Festi às 00:55 0 comentários
Marcadores: Política
Pró-Memória Negra de Campinas
Acesse também: "As origens da questão negra e seu papel em nossa revolução" de Daniel A. Alfonso
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PIROLA, Ricardo F.. A conspiração escrava de Campinas, 1832: rebelião, etnicidade e família. Unicamp, 2005.
ZAMBELLO, Marcos H. Ferrovia e Memória: estudo sobre o trabalho e a categoria dos antigos ferroviários da Vila Industrial de Campinas. USP, Setembro de 2005.
domingo, 4 de dezembro de 2011 | Postado por Festi às 20:28 0 comentários
Marcadores: Política, Sociologia
As origens da questão negra e seu papel em nossa revolução
Postado por Festi às 15:41 0 comentários
Marcadores: Política, Sociologia
Projeto - CINEMA E SOCIEDADE
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Projeto: Cinema e Sociedade: a representação do Brasil nas telas: o Grande Sertão
O objetivo principal do projeto “Cinema e Sociedade” é desenvolver entre os muros da escola uma reflexão crítica sobre o cinema e a sociedade brasileira. Para isso, trabalhando com temáticas interdisciplinares, pretendemos desenvolver determinadas competências e habilidades com os alunos participantes do projeto, promovendo a criação de um grupo de estudos, responsável pela manutenção de um blog, assim como da exibição de filmes para a comunidade escolar.
Postado por Festi às 14:58 1 comentários
Marcadores: Ensino
Nova seção no Blog: ENSINO
Postado por Festi às 14:47 0 comentários
Marcadores: Ensino
Livro: "Um enigma chamado Brasil"
sexta-feira, 23 de setembro de 2011 | Postado por Festi às 23:57 0 comentários
Marcadores: Sociologia
Filmes sobre educação
"Pro dia nascer feliz" (2007) de Joao Jardim
"Entre os muros da escola" (2008) de Laurent Cantet
Postado por Festi às 11:42 0 comentários
Marcadores: Arte, Ensino, Sociologia
Atividade de Socioligia sobre Educação
Título: “ETECAP em foco”
Alunos dos 2os A, B, C, D e E.
Objetivos: utilizar os conhecimentos adquiridos em sociologia (e outras disciplinas) para analisar criticamente a nossa própria escola. Trabalhar com pesquisa quantitativa através de um questionário para um determinado público e analisar o seu resultado. Escrever um trabalho analítico sobre um determinado objeto da realidade, no caso, a escola.
Grupos de 5 a 6 estudantes
Metodologia e Procedimentos:
- Elaborar um questionário para ser aplicado nos primeiros e terceiros anos do Ensino Médio. Cada sala aplicará este questionário nas respectivas salas com a mesma letra que a sua. Por exemplo, os alunos do 2C formularão um questionário para o 1º C e o 3º C. As perguntas serão elaboradas pelos próprios alunos (grupos) com ajuda do professor.
- Analisar os resultados dos questionários a luz das teorias pedagógicas que estudamos em Sociologia (ou outras que os alunos venham a pesquisar).
- Contextualizar nossa escola no universo da educação brasileira e mundial.
- Ensaio Fotográfico
Resultados:
- Dados dos questionários quantificados
- Trabalho escrito e apresentado para a sala
- Blog da sala para publicação dos resultados
Datas:
- 28 e 29/set – Filme: “Pro dia nascer feliz”
- 06 e 07/out – elaboração do questionário
- 26/out – aplicação do questionário
- 27/out – mensuração das respostas do questionário
- 23 e 24/nov – entrega dos trabalhos e apresentação/debate em sala
PS: O blog poderá ser elaborado junto ao professor de SIC, caso ele tenha acordo.
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Para aqueles que tem acesso ao ClickIdeia, há uma atividade proposta por mim em:
http://www.clickideia.com.br/jsp/exibe.action?id=43982
Postado por Festi às 11:08 0 comentários
Marcadores: Ensino, Sociologia
Os meus mortos a serem lembrados neste 11/09 são outros...
Hoje, a grande mídia dedicará seu tempo a reportagens sensacionalistas sobre os ataques ocorridos há 10 anos nos EUA. Mostrarão os números de mortos das Torres Gemeas, os corpos caindo, as famílias perdidas, o heroísmo de algumas pessoas... Tentarão construir a imagem de um Império se reconstruindo dos escombros. Mas o que não mostrarão é que os EUA seguem em queda na sua influencia sobre o mundo, em plena crise econômica... E, sobretudo, neste 11 de setembro, nenhuma televisão ou jornal impresso mostrará o que os EUA fizeram no Chile em 11 de setembro de 1973.
Em 1973 os EUA patrocinavam mais um Golpe de Estado na América Latina, desta vez num país que passava pela experiencia mais interessante e complexa da esquerda sul-americana, iniciada com a vitória de Salvador Allende para a Presidência da República pela a Unidade Popular (uma aliança entre o Partido Socialista e o Partido Comunista chilenos). Em seu programa de governo, defendia a nacionalização dos setores estratégicos da economia chilena, além de inúmeras outras medidas progressistas e estruturais que, se concretizadas de fato, teriam mudado completamente o Chile.
A nacionalização envolvia os setores abocanhados pelas empresas imperialistas, principalmente norte-americanas. O boicotes aos planos do governo eram feitos interna e externamente. A burguesia se levantou, organizando uma sabotagem geral ao Estado, paralisando a produção de alguns setores e a circulação de boa parte das mercadorias. Os EUA impuseram vários embargos econômicos para pressionar Allende a mudar de rumo.
As respostas a estas ações burguesas vieram da classe operária chilena (e não do governo), que passou a ocupar inúmeras fábricas e a organizar os chamados "Cordões Industriais", uma espécie de conselhos operários que tinham a função de organizar as manifestações, mas também a produção e sua distribuição. Com isso, colocavam de pé um embrião de duplo poder frente ao impotente governo "socialistas". Estava instaurada uma situação de revolução e contra-revolução no Chile.
Como todo processo agudo de luta de classes, a situação seria definida ou a favor dos trabalhadores ou contra eles. Não havia mais perspectivas de conciliações ou convergências. O dramático neste processo, é que a Frente Popular, como toda clássica frente popular, limitou-se a confiar nas instituições do regime burguês e a impedir que a classe operária impusesse uma resposta pelas suas próprias forças. Enquanto uma vanguarda operária pedia armas para Allende, em manifestações públicas por todo país, o governo, com seu ministro da Defesa Augusto Pinochet, permitia que o exercito vistoriasse as fábricas e os bairros operários a procura de armas, que nunca existiram. Já estava em curso a preparação do golpe.
O Golpe de Estado de 11 de setembro de 1973 foi o mais sangrento de todos os golpes ocorridos na América Latina. Neste dia, o Estadio Nacional do Chile transformou-se numa local de detenção, tortura e assassinato. Segundo relatos, o rio que atravessa a capital Santiago ficou tingido de vermelho. Era o sangue dos operários mortes pelos fascistas.
Mataram o sonho de toda uma geração que escolheu mudar o seu destino rumo a uma sociedade melhor.
Por isso que neste 11 de setembro, lembrarei dos mortes daquele Chile de 1973. Lembrar e continuar lembrando é uma forma de resistência, pois a ordem social que proporcionou aquele golpe terrorista ainda continua viva, pronta para impedir qualquer nova tentativa de revolução.
Recomendo este vídeo do Ken Loach:
domingo, 11 de setembro de 2011 | Postado por Festi às 10:08 0 comentários
Marcadores: Política
Um poema de Brecht para o pós-greve!
Ontem, enquanto voltava da assembléia dos trabalhadores do Centro Paula Souza que decidiu pela suspensão da greve, lembrei-me deste poema de Bertolt Brecht (1898-1956):
Enquanto você estiver vivo, nunca diga: jamais!
O regime vigente não é seguro. Não é imutável.
Quando os opressores falarem, os oprimidos também falarão.
Quem se atreve a dizer: jamais?
De quem é a culpa se a opressão presiste? De nós.
Quem a destruirá? Somos nós.
Você está abatido? Levanta-te!
Você pensa que está perdido? Ao combate!
Você se considera um desgraçado? É o momento de marchar!
Os vencidos de hoje serão os vencedores de amanhã.
E o "jamais" se transforma em: hoje!
(B. Brecht)
terça-feira, 14 de junho de 2011 | Postado por Ricardo Festi às 12:31 1 comentários
Reunião de Professores pela Base
A corrente de Professores Pela Base (Ler-qi e independentes) - Campinas chama para a discussão:
Mobilizações e organização d@s profossora(e)s na luta contra a precarização da educação e do trabalho. Que educação nós queremos?
Dia 21/05 (sáb.), as 15h,
na Casa de Cultura e Política Hermínio Sacchetta
Av. Anchieta, 51, centro de Campinas.
Conheça o nosso blog: http://professorespelabase.blogspot.com/
quarta-feira, 18 de maio de 2011 | Postado por Festi às 00:28 1 comentários
Marcadores: Política
A praça virou sala de aula
segunda-feira, 16 de maio de 2011 | Postado por Festi às 21:37 1 comentários
Marcadores: Política
Com esta eles não contavam: palhaços inteligentes e conectados
Postado por Festi às 20:57 1 comentários
Marcadores: Política
#centropalhasouza - Desconstruindo as mentiras - 1
domingo, 15 de maio de 2011 | Postado por Festi às 13:18 0 comentários
Marcadores: Política
Os desafios da greve
Os desafios da greve no Centro Paula Souza
Para maiores informações sobre o ato do dia 13/05, ver: http://www.sinteps.org.br/news0261.html
Postado por Festi às 01:51 1 comentários
Marcadores: Política
RELATO SOBRE A GREVE
Postado por Festi às 01:05 0 comentários
Marcadores: Política
Lançamento de livro na Unicamp
quinta-feira, 5 de maio de 2011 | Postado por Festi às 23:43 0 comentários
Marcadores: Política, Sociologia
Comentários ao artigo da Carta Capital sobre o Centro
Postado por Ricardo Festi às 15:17 0 comentários
Marcadores: Política
Interessante matéria de Carta Capital sobre Centro Paula Souza
A “meritocracia” do ensino paulista
Escrito por: Rodrigo Martins
“Nossa última greve, em 2004, durou 80 dias. Foi graças a ela que conseguimos reajuste no ano seguinte”, avalia. “De lá para cá, o governo tem usado a bonificação como desculpa para não mexer nos salários. Só que os critérios desse bônus são confusos e punem o professor por aspectos que não dependem dele.”
Entre 2000 e 2006, o governo paulista oferecia o chamado “bônus mérito” para estimular a atividade docente. O pagamento premiava, na verdade, professores assíduos, com mais tempo de casa e bem avaliados pelos gestores das escolas. A partir de 2007, o sistema foi substituído pela bonificação por resultados, que passou a agregar critérios de produtividade, como a aprovação dos alunos e a evasão escolar. Além disso, criou-se o Sistema de Avaliação Institucional, no qual alunos, professores e funcionários respondem a um extenso questionário para avaliar a qualidade de ensino e as condições de infraestrutura das unidades.
“O governo tem todo o interesse de que o número de formandos seja o maior possível, porque a repetência gera mais gastos para o sistema”, afirma Antonio Pereira Afonso, diretor interino da Etec Getúlio Vargas, na zona sul de São Paulo. “Por trás dessa política de bonificação, há, porém, uma estratégia de ‘forçação de barra’, de aprovar aluno a qualquer custo, mesmo que ele não tenha desempenho satisfatório. Além disso, a evasão escolar e o déficit de aprendizagem não dependem apenas do docente. Normalmente estão associados a outros fatores externos à escola, como problemas familiares ou necessidade de trabalhar.”
Em 2011, os professores da Etec Getúlio Vargas tiveram um bônus de 2,4 salários, índice muito superior ao oferecido nos últimos dois anos, quando os docentes receberam menos de um salário a título de bonificação. O que mudou? “De fato, podem ter -contribuído os mutirões feitos por professores na tentativa de recuperar alunos irrecuperáveis. Mas, na prática, isso também se deve ao acaso. Menos alunos desistiram dos cursos”, avalia Afonso.
Doralice de Souza Balan, diretora da Fatec de Bragança Paulista, uma das oito faculdades de tecnologia que não receberão bônus em 2011, critica a falta de critérios claros no pagamento do benefício. “Desde fevereiro, requisitamos informações ao Centro Paula Souza (órgão estatal responsável pela administração das escolas técnicas e Fatecs) para saber exatamente a meta que precisávamos cumprir, mas ainda não recebemos resposta”, afirma. “Estamos no limbo, sem saber no que erramos, se é que erramos. Um dos pontos avaliados é a infraestrutura da escola, mas isso é de responsabilidade exclusiva do governo. Como a unidade é nova, compartilhamos o prédio de uma escola municipal até o nosso ficar pronto. É evidente que há insatisfação com as instalações inadequadas, mas quem resolveu expandir a rede antes de oferecer todas as condições não foram os professores.”
Do quadro de 22 docentes da Fatec São Sebastião, no litoral norte, três abandonaram a instituição no último ano para lecionar em escolas privadas ou universidades federais. “O plano de carreira deles é mais vantajoso e os salários, melhores”, explica Balan.
O coro dos descontentes é engrossado por Silvana dos Santos de Marchi, diretora acadêmica da Fatec São Sebastião, criada em 2009. “Dividimos espaço com uma escola técnica. Faltam laboratórios, biblioteca, os banheiros estão superlotados. Mas essa é uma situação excepcional, até o prédio da faculdade ficar pronto”, lamenta. “O que deveria incentivar o professor está se tornando um fator de desestímulo. É injusto o docente não receber bônus por causa da infraestrutura, porque houve pouca aprovação ou muitos alunos desistiram do curso. Isso é normal em qualquer faculdade.”
A gestora também critica a falta de comunicação da administração central com as unidades de ensino. “O Centro Paula Souza divulgou as metas de cada escola ou faculdade um dia antes de o governo estadual publicar, no Diário Oficial, os índices de bonificação para cada instituição. É uma aberração. Quando é traçado um objetivo, o razoável é que todos saibam o que é e tenham um ano para tentar alcançá-lo.”
Diversos professores ouvidos por CartaCapital criticaram ainda o baixo valor do vale-refeição (4 reais por dia) e dos descontos da bonificação por faltas justificáveis, como licenças médicas e a chamada “licença-prêmio”, na qual o profissional é recompensado por não faltar nenhuma vez durante cinco anos. “No ano passado, tive de ficar afastado da escola por quatro meses em razão de uma cirurgia no joelho. E, neste ano, só pude receber dois terços da bonificação”, afirma Afonso, da Etec Getúlio Vargas, que lecionava disciplinas de eletroeletrônica antes de assumir a direção da escola.
Procurada por CartaCapital, a superintendente do Centro Paula Souza, Laura Laganá, alegou problemas na agenda ao recusar o pedido de entrevista. Por meio de nota, a assessoria de imprensa da instituição disse que “está em elaboração um novo Plano de Cargos e Salários para valorizar o salário dos professores”. As alterações de valores dependem, no entanto, de previsão orçamentária e aprovação na Assembleia Legislativa. Além disso, a nota informa que os parlamentares aprovaram, em 2008, um novo plano de carreira com reajuste médio de 49% no valor da hora-aula paga aos professores.
Especialista em avaliação, Luiz Carlos de Freitas, professor de Educação da Unicamp, contesta a própria existência da bonificação na educação pública. “Os reformadores empresariais acreditam que a educação é uma atividade como qualquer outra, passível de ser administrada pelos critérios da iniciativa privada. Ocorre que, no mercado, há ganhadores e perdedores, e os ganhadores não têm de se preocupar com os perdedores”, afirma. “No sistema de bônus, os testes ganham relevância extraordinária e acabam por corromper o processo social que tentam monitorar. Recentemente, Beverly Hall, superintendente do sistema educacional de Atlanta, na Geórgia (EUA), foi demitida após uma investigação que identificou fraude na avaliação de 58 escolas públicas. Em Nova York, John Klein deixou o cargo de superintendente, em junho de 2010, quando se descobriu que as altas notas que os alunos tiravam nas escolas estavam infladas. A escola não é uma pequena empresa.”
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Marcadores: Política
Jakob Von Gunten
JAKOB VON GUNTEN: um diário Robert Walser
domingo, 10 de abril de 2011 | Postado por Ricardo Festi às 20:47 0 comentários
Grande ato contra os 47 anos do golpe reúne mais de 250 em São Paulo
“SIMBOLICAMENTE, COMEÇOU A HORA DE NÃO ESQUECER”
Grande ato contra os 47 anos do golpe reúne mais de 250 em São Paulo
Fonte: http://www.ler-qi.org/spip.php?article2865
Na última sexta-feira, 1º de abril, o auditório da sede da APEOESP estava lotado. Com a presença de mais de 250 pessoas, realizou-se um comovente ato organizado pela LER-QI que teve como objetivo fundar uma nova tradição na esquerda, para colocar na ordem do dia a luta contra o golpe militar de 1964, contra a impunidade, pela abertura dos arquivos da ditadura e julgamento e punição de todos os torturadores e envolvidos, civis e militares, nos crimes da ditadura.
Com coordenação de Márcio Bárbio, professor da rede estadual e militante da LER-QI, a mesa foi composta pelo sociólogo e professor aposentado da USP Francisco (Chico) de Oliveira, Criméia de Almeida, sobrevivente da guerrilha do Araguaia e presa política durante a ditadura militar; Claudionor Brandão, demitido político da USP, diretor do Sintusp e militante da LER-QI e Gilson Dantas, médico, sociólogo, preso político durante a ditadura e militante da LER-QI.
Márcio Bárbio abriu o ato saudando a presença de toda a juventude e de todos os trabalhadores ali presentes, ressaltando tratar-se de um dia importante para dar passos adiante na necessária luta contra a impunidade, além de pedir uma salva de palmas em homenagem às lutas dos operários da construção civil que ocorrem nas obras do PAC que foi reprimida e teve a morte de três operários. Explicou aos presentes que foi convidado oficialmente junto à direção do PSTU do Rio de Janeiro que enviasse um representante dos 13 presos políticos do ato contra Obama que foi reprimido pela polícia do governador Cabral, para que pudéssemos aproveitar essa atividade e dar passos numa campanha nacional pela retirada de todos os processos que pesam sobre esses companheiros. Infelizmente não pudemos contar com nenhum companheiro visto que apesar de terem sido liberados da prisão estão impedidos de sair da cidade, ou seja, estão sitiados pelo governo Cabral e a justiça burguesa.
Tomaram a palavra para saudar o ato e expor suas opiniões o jornalista e escritor Celso Lungaretti, ex-preso político militante de direitos humanos; Miltão, do Movimento Negro Unificado; e Érico, da Liga Comunista. Dentre os presentes foram saudados o Professor Antônio Rago, da PUC-SP e da Fundação Santo André; a companheira Zezé, do Núcleo de Consciência Negra da USP, uma delegação de trabalhadores e trabalhadoras da USP e os diretores do Sintusp Marcelo Pablito, Diana Assunção e André Pansarini. O professor emérito João Adolfo Hansen, da USP, enviou desde a Califórnia uma saudação ao ato. Foi lida a saudação da Apropuc (Associação de Professores da PUC-SP) enviada pela professora Maria Beatriz Abramides, presidente da entidade. O ato também foi saudado por Heloísa Greco, do Instituto Helena Greco, de Belo Horizonte, Minas Gerais. Da Argentina, recebemos um vídeo com as combativas saudações de Elia Espen, das Mães da Praça de Maio, linha Fundadra, e de Victoria Moyano, filha de desaparecidos, integrante do Ceprodh e militante do PTS (Partido dos Trabalhadores Socialistas).
Criméia Almeida iniciou as falas da mesa, aplaudida de pé pelo auditório, dizendo:“Parabenizo a promoção deste ato, e gostaria de pedir a vocês que continuassem a nossa luta, que é a luta pelo resgate da memória das vítimas desse país”. Também disse que “Se queremos liberdade, se queremos direitos, nós temos que se unir nessa luta pela abertura dos arquivos da ditadura”. Em seguida, o professor Chico de Oliveira afirmou que “Há 47 anos nós esquecemos a ditadura. A maior vitória da ditadura é este esquecimento. Este ato é muito importante porque ele está representando e dizendo que os derrotados não esquecerão. Quando os derrotados não esquecem, a coisa começa a girar. A derrota começa a mudar de lado. Este ato tem essa importância, que é sair do esquecimento, sair da sombra”. O professor encerrou sua fala dizendo: “Este é um ato simples, e o nosso público embora agradevelmente numeroso para um ato desse precisa ser muito mais, mas ele diz mais do que os que estão aqui. Ele diz que simbolicamente, começou a hora de não esquecer. Minha saudação aos companheiros da Liga pelo valor de sair da inércia e propor esse debate à sociedade brasileira. É disso que se trata se quisermos um dia poder com autonomia de classe contemplar o horizonte do socialismo”. Ambos expressaram seus pontos de vista sobre toda a temática do ato, que em breve estará na íntegra em nosso site. O auditório lotado, tendo à frente a juventude da LER-QI com uma importante delegação de estudantes e jovens trabalhadores de Franca, Marília, Rio Claro, Campinas, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, São Paulo e Santo André respondeu combativamente: “Não esquecemos a ditadura, assassinatos e tortura!”.
Claudionor Brandão, ressaltou a ligação entre os tempos sombrios da ditadura e os resquícios desta forma ditatorial que sobrevivem até hoje, seja nos massacres à população pobre, seja na repressão policial às greves, nas ocupações militares nas favelas, ou na recente prisão de 13 manifestantes durante um ato contra a vinda de Barack Obama ao Brasil. Também denunciou a onda repressiva nas universidades estaduais paulistas, tendo ele como um dos principais perseguidos com sua demissão política pelo governo José Serra em 2008. Rafael Borges, pela juventude da LER-QI, chamou uma salva de palmas ao nosso camarada Polo Denaday, militante do PTS e jovem advogado do sindicato dos ceramistas de Neuquen e de direitos humanos que faleceu no último mês, e em seguida fez um entusiasmado chamado a todos os jovens que estavam naquele momento lutando contra a impunidade da ditadura passassem também a fazer parte de uma juventude revolucionária que luta pelos direitos democráticos, pela aliança operário-estudantil, contra o individualismo e a resignação da juventude, por uma verdadeira perspectiva revolucionária. Foi seguido pelos cantos combativos da juventude, que dizia "Pra acabar com a impunidade e punir torturador, abertura dos arquivos do regime repressor. U-NI-DA-DE, Unidade operário-estudantil, resgatando a memória nesse primeiro de abril".
Encerrando o ato falou Gilson Dantas, militante trotskista desde os anos 1960, num momento de auge do ato contra o golpe militar. Começou dizendo: “O que vou falar eu não li em livros de história. Nós que passamos por esse corredor polonês que foi a ditadura brasileira, falamos e sentimos ao mesmo tempo. Por isso vou me basear na história de um operário que viveu a ditadura e morreu nela, ele vai ser uma espécie de lembrete pregado no coração de cada um, porém escrito a sangue. É o operário Olavo Hansen, químico, que morreu em 1970.” Gilson resgatou a história de Olavo Hansen, militante trotskista na luta contra a ditadura, pela organização dos trabalhadores, para demonstrar que também na luta contra a ditadura havia distintas estratégias. “A estratégia mais brilhante que apareceu nesse país, era a estratégia proletária, organizando a classe trabalhadora, os aliados pobres, os camponeses, todos os oprimidos, negros, organizando um bloco com a classe operária como caudilho para colocar a ordem abaixo”.
Para explicar a história de Hansen, Gilson demonstrou como depois de assassinado pela ditadura seu ideal seguia vivo. “A primeira morte de Olavo Hansen foi física, morreu lutando e sonhando. Eu fui preso distribuindo panfletos contra a morte de Olavo Hansen. Quando a classe operária levanta a cabeça nas greves que Lula vai liderar, eis que Olavo Hansen se põe em movimento. Aí novamente ele morre, desta vez simbolicamente. Porque a classe se levanta, mostra potencial, uma transição pra outra coisa, com a sua cara, que não fosse costurada com a elite militar, buscando derrubar a ditadura com métodos proletários, mas nesse momento eis que costura-se um acordo por cima pra fazer uma transição pactuada onde o torturador vai ser igualado ao torturado, através da lei da anistia.”
O ato encerra-se com Gilson Dantas dizendo: “Este sistema policial não foi destruído, ainda que se avance na democracia formal. Eu encerro dizendo que é importante este ato amplo, mas vai ter ainda mais cor e brilho na medida que conseguirmos organizar nos locais de trabalho, em fábricas, na aliança estudantil e operária, um movimento que tenha o poder de fazer tremer esta maquina policial e este estado terrorista que está de pé.”
Marcio Barbio encerrou o ato chamando todos os presentes a se colocarem de pé para gritarem juntos: Companheiros e companherias presos, torturados, mortos e desaparecidos, presente! Este ato, infelizmente, foi o único organizado pela esquerda, mas desde a mesa até o plenário se expressou o propósito de que seja o início de um movimento nacional contra a impunidade, pela abertura dos arquivos da ditadura, apuração, julgamento e castigo para todos os torturadores, mandantes, financiadores e apoiadores dos crimes da ditadura. A LER-QI e sua juventude se colocam nesta perspectiva para ser parte de um grande movimento para cumprir essa tarefa histórica. Por que não esquecemos, seguimos combatendo a ditadura!
LEIA TAMBÉM: Olavo, Eremias, Juarez e os outros mártires nos legaram uma missão (Artigo de Celso Lungaretti sobre o ato contra o golpe militar de 1964)
SAUDAÇÕES AO ATO
Heloisa Greco (Bizoca) do Instituto Helena Greco de Direitos Humanos e Cidadania – Belo Horizonte, Minas Gerais
No quadragésimo sétimo aniversário do golpe militar não há como não repetir o óbvio: o Estado brasileiro continua detendo giganteso arsenal para o exercício da violência, acumulado em processo histórico de longa duração. Temos no prontuário mais de trezentos e cinqüenta anos de escravidão e mais de quinhentos anos de opressão aos povos originários, hoje em fase final de extermínio. Tivemos ainda vinte e um anos de ditadura militar sangrenta, que veio para consolidar o terrorismo de Estado. O aparelho repressivo ubíquo e tentacular então montado segue operando sob a égide da violência explícita: o Estado Penal vigente é o sucedâneo do Estado de Segurança nacional dele sendo tributário. É este o terrível legado da ditadura militar, a qual não fabricou, mas institucionalizou a tortura transformando-a em política de Estado. Institucionalizou também a cultura do sigilo, a estratégia do esquecimento, a mentira organizada e a destruição continuada do espaço público. Tal legado não foi sequer equacionado, como mostram as seguintes evidências: a permanência da tortura enquanto instituição consolidada; a guerra generalizada contra os pobres; a interdição do dissenso e a criminalização dos movimentos sociais; a questão dos mortos e desaparecidos políticos; a impunidade – e, mesmo, a inimputabilidade - dos torturadores e assassinos de presos políticos e daqueles que cometem os mesmos crimes nos dias de hoje; a proibição do acesso aos arquivos da repressão. Ainda não conquistamos o direito à verdade, ao passado, à história e à memória enquanto dimensão básica de cidadania, o que passa necessariamente pela construção de uma Comissão de Verdade e Justiça independente e popular. Estas evidências constituem exemplo expressivo da sobrevivência da ditadura militar no pessimamente chamado Estado democrático de Direito. Esta situação de barbárie é potencializada pelo racismo sistêmico, em pleno vigor nas esferas militar, policial, judiciária e carcerária, exatamente aquelas que compõem a também mal chamada Segurança Púbica. A manifestação escabrosa desta situação é a generalização da guerra contra os negros e os pobres, o que leva à poliítica de encarceramento em massa e ao extermínio sistemático da população jovem e negra - trata-se de genocídio sistêmico, chamemos as coisas pelo próprio nome. Concluo saudando a iniciativa das companheiras e companheiros da LER-QI e reiterando que para nós, do Instituto Helena Greco de Direitos Humanos e Cidadania o combate a esta situação de barbárie é necessária e ontologicamente uma luta contra-hegemônica. Entendemos que a luta pelos direitos humanos só pode ser travada na perspectiva classista da construção de mecanismos de contrapoder, contradiscurso e contramemória. A sua essência é o princípio da radicalidade. Como nos versos do nosso grande Carlos Drummond de Andrade: Do lado esquerdo carrego todos os meus mortos, Por isso caminho um pouco de banda. Saudações libertárias, um abraço fraterno para todas e todos, Heloisa Greco/ Bizoca (p/ Instituto Helena Greco de Direitos Humanos e Cidadania / IHG). Belo Horizonte, 1 de abril de 2011
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Maria Beatriz Abramides, presidente da APROPUC
A APROPUC-Associação dos Professores da PUC-SP vem saudar a iniciativa da LER-QI na realização deste importante debate, bem como a tod@s que estão presentes, debatedores e participantes deste ATO CONTRA O GOLPE MILITAR DE de 1964 e que repudia os 47 anos de impunidade contra os crimes da ditadura neste país. Nós militantes, trabalhadores, estudantes devemos continuar combatendo a ditadura o que significa lutar pelo fim do pacto da anistia de 1979, pelo fim dos pactos institucionais que "em nome da verdade" só a escondem. Lutar pelo fim da impunidade pressupõe a exigência de que todos os documentos do período da ditadura militar sejam abertos e os torturadores sejam denunciados e punidos. Neste momento prestemos uma homenagem a tod@s os lutadores que foram mortos pela ditadura militar e aos que sobreviveram e continuam aqui na luta pelo direito à memória e a verdade e por uma sociedade socialista, emancipada. Professora Bia Abramides, pela APROPUC.
segunda-feira, 4 de abril de 2011 | Postado por Festi às 16:29 0 comentários
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